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quinta-feira, 29 de março de 2012

Casco em W assimétrico?

Vamos passar algumas informações sobre o conceito do catanoiak. Em princípio o catanoiak é um experimento voltado ao desenvolvimento de um formato de casco que atenda algumas necessidades atuais de embarcação direcionada à navegação em águas abrigadas. O primeiro principio que estamos avaliando é a geração de ondas de proa, aquele bigode que os barcos fazem ao se deslocarem pela água. O Casco em W do catanoiak se apresenta com bordos planos e perpendiculares à superfície da água, essa característica tem por objetivo minimizar o arrasto hidrodinâmico no deslocamento  à vante, por outro lado tem a finalidade de maximizar o arrasto lateral possibilitando a navegação à vela dispensando a bolina. A proa do catanoiak foi concebida de uma maneira que as linhas de curvatura seguem dos bordos para o centro da embarcação, justamente o inverso das embarcações tradicionais. Esse formato de proa visa jogar toda perturbação decorrente da penetração do casco na água quando em deslocamento para baixo do casco propiciando um levantamento natural da proa sobre a onda gerada. Também visa diminuir a energia da onda gerada pela proa da embarcação em deslocamento.
Tudo isso parece loucura, mas na verdade o que estamos buscando é desenvolver conceitos novos de embarcações que possibilitem a navegação sem provocar grandes erosões em margens de rios e lagos. Não seria um excesso de zelo pois o crescimento da utilização de embarcações no Brasil foi enorme nas últimas décadas, principalmente das embarcações de esporte e recreio, onde se deve ler LANCHAS.
Novas idéias normalmente são rejeitadas e somente depois de provados seus benefício e reais possibilidades de utilização é que começam a se tornar interessantes. Sendo assim sigo o desenvolvimento deste conceito de forma artesanal e com apoio de uns poucos amigos que acreditam na viabilidade deste conceito. Mas é assim mesmo, continuamos trabalhando em busca de um resultado que esperamos que realmente seja útil ao desenvolvimento de uma navegação sustentável pelas águas deste enorme Brasil.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Nem sempre as coisas acontecem como queremos

Hoje fui à lagoa de Itaipú com o objetivo de testar novamente o Catanoiak com uma vela nova e com o leme devidamente pesado (foram acrescidos quase meio quilo de chumbo). Sabendo que lá a areia é fina e solta, fui no meu possante Jipe Engesa para não haver qualquer problema para colocar o Catanoiak na água. Entrei na areia para chegar à água com o jipe e o reboque, cheguei até a beira da água e fui manobrar para que o reboque ficasse na posição de desembarque, para minha surpresa a tração dianteira não funcionou e eu atolei o jipe na areia. Foi uma dificuldade para sair do sufoco. O João dono de um quiosque próximo tinha uma enxada e me ajudou, juntamente com o Danilo (Veleiro k) e mais um gentil pescador. Mesmo assim foram mais de três horas cavando e empurrando até sair.

Conclusão, não consegui colocar o Catanoiak na água. Daí eu e o Danilo fomos ao quiosque do João e tomamos duas cervejas e cinco águas minerais e como já estava quase passando da hora do almoço e a fome estava apertando comemos um delicioso filé de cação com arroz e pirão.

Foi pauleira, mas o almoço foi ótimo.

domingo, 11 de março de 2012

Velejando o CATANOIAK no encontro de amigos e caiaques a vela

No sábado dia 10/03/2012 fomos novamente à Lagoa de Maricá em mais um encontro de caiaques a vela entre amigos. Estiveram presente o Marcelo Maia com o Catanoiak, o Danilo com o Veleiro K e o Genilson (Hidroglass Rio) com seu caiaque monoposto trimaran/monocasco, além da Karla (esposa do Marcelo Maia), Nívea (esposa do Danilo) e Fabrício (Filho da Nívea). O vento começou moderado e até terminarmos de preparar os caiaques para velejar o vento se tornou muito forte o que acabou por prejudicar o teste de velejada do Catanoiak, mas não atrapalhou a velejada do Danilo e muito menos do Genilson, que adora um vento forte.

O novo leme do Catanoiak não funcionou direito tendo em vista que flutuou. Mesmo com os pesos colocados, o leme ficou muito leve e flutuou o que limitou a velejada pois a área de leme dentro da água foi insuficiente para manter uniforme a direção do barco. Quando o catanoiak adernava um pouquinho o leme ficava totalmente fora da água o que implicava em perda de controle e mudança de direção. No vídeo dá para ver um trechinho da velejada que parece uma velejada de bêbado toda hora perdendo o vento, mas é o efeito do leme saindo da água. Voltemos então à oficina (garagem de casa) para aumentar o peso do leme de forma que finalmente sirva como leme e possamos testar a velejada do Catanoiak.



Um filme geral do nosso encontro na Lagoa de Maricá


Mesmo com o leme flutuando foi possível velejar o Catanoiak por um curto período de tempo, depois o vento ficou muito forte e ficou impossível de controlar o barco pois o leme acabava saindo da água.


Eu e a Karla fizemos uma demonstração de como é difícil virar o catanoiak e de como é fácil desvirá-lo, mesmo com o mastro.



quarta-feira, 7 de março de 2012



Fazendo Stand up paddle no Catanoiak, esse foi um ótimo e divertido teste de estabilidade. Esse filme foi feito na segunda-feira de carnaval.
Novo Leme do Catanoik

Ontem passei praticamente o dia inteiro confeccionando um novo leme para o catanoiak. Na verdade estou reaproveitando todas as peças de encaixe do leme anterior e refazendo apenas a parte que efetivamente serve como leme. O novo leme vai ficar bem maior que o anterior. Foi feito também em compensado naval e toda a modelagem da borda foi feita à mão com uma grosa e a parte superior usei lixa manual e uma lixa acoplada à furadeira, deu um trabalhão, assim vou acabar ficando forte. Comprei um verniz teoricamente melhor para estas condições de leme, caro para caramba, mas demora muito para secar, foram necessárias mais de 12 horas entre a primeira e segunda demão, haja paciência. Agora estou esperando a segunda demão secar, provavelmente só poderei testar o catanoiak com este novo leme na sexta-feira.


Esse é o conjunto do leme. A parte do meio é a "cabeça" do leme onde é fixada a cana de leme, a parte da direita é o "corpo" do leme onde é fixado na popa do barco, e a parte da esquerda é o leme propriamente dito, é parte que dá direção ao barco.


Esse é um leme bem carioca mesmo, reparem que o topo do novo leme ficou com um desenho parecido com o Pão de açúcar.


Eu coloquei o leme antigo (branco) ao lado do novo leme para termos uma noção do tanto que era pequeno e por isso praticamente não fez efeito adequado no barco. Esperamos agora que haja controle sobre o barco e que as cambagens sejam facilitadas. Alguns vão perguntar para que serve esse furo grande no leme,  isso é para ser preenchido com resina para ajudar a dar peso ao leme pois o compensado naval flutua, e nesses lemes pivotantes há necessidade de movimento livre do leme para que ao atingir o fundo o leme suba e não quebre.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Velejando no Catanoiak

Hoje o Catanoiak foi novamente para a água na lagoa de Maricá, depois de remo, motor e stand up, finalmente chegou a vez da vela. Este primeiro teste da vela foi realizado com um vento moderado desta tarde. Fomos eu e o Danilo, mais uma vez o Danilo estava lá ajudando no desenvolvimento e testes do Catanoiak (Valeu Danilo!). A vela aparentemente armou direito, no través consegui velejar e até desenvolver boa velocidade, mas na hora de cambar faltou o leme, é isso mesmo, o leme ficou muito pequeno o que praticamente impossibilitou a cambagem. Vou providenciar um leme maior e voltar a testar o Catanoiak com esta vela, pois com pouco leme não é possível saber como fica o desempenho da vela e muito menos do barco.

Aproveitamos a viagem para fazer os testes de virada do Catanoiak, com a grande estabilidade deste barco é difícil virá-lo mesmo com o mastro. Depois de virado se não tiver um flutuador no topo do mastro a tendência é emborcar de cabeça para baixo. Mas é claro que eu coloquei um flutuador no mastro, na foto dá para ver que tem um pedaço daqueles espaguetes de espuma amarrado no mastro. Este flutuador foi suficiente para manter o mastro flutuando, mas quando foi forçado para baixo não foi suficiente para trazer o mastro de volta para a superfície, o que indica a necessidade de aumentar a quantidade de flutuadores. Bom, feitas as considerações, segue que viramos o Catanoiak 3 vezes e desviramos para simular diversas condições e para nossa surpresa foi fácil desvirá-lo de qualquer maneira.


Terminando de ajustar o Catanoiak antes de partir para a velejada


Entrando no Catanoiak para iniciar a velejada


Velejando o Catanoiak. Até aí tudo legal, a direção do vento era favorável


Depois de um tempão tentando cambar, finalmente consegui mudar a direção do barco no sentido de retorno para o ponto de partida. Demorou bastante para conseguir retornar em função das manobras dificultadas pelo leme excessivamente pequeno e do vento contrário. Vamos voltar à oficina para corrigir o leme e retomar os testes.