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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Velejada técnica ou velejada instintiva?

Vamos conceituar a velejada que eu estou chamando de instintiva como sendo a velejada sem o rigor da instrução de navegação com termos náuticos, é mais uma velejada apenas com as instruções de como operar o veleiro em uso. A velejada técnica é aquela que o iniciante tem toda uma carga teórica de navegação e operação do veleiro antes de ir para a água, é a veleja instruída por completo. Obviamente que veremos uma enorme diferença de qualidade entre as duas formas citadas. Certamente o posicionamento do barco, a mareação das velas e o controle nas manobras serão bem distintas. Mas a questão não passa pelo desempenho do velejador na condução do seu veleiro, mas sim pela satisfação de velejar. Quantos adultos estão dispostos a aprender conceitos e teorias de navegação a vela antes de se lançar em uma velejada? Certamente poucos. Agora vamos alterar a ordem da ação na mesma pergunta: Quantos adultos estão dispostos a aprender conceitos e teorias de navegação depois de terem se lançado em uma velejada? Certamente mais que antes. É aí que acredito que está o ponto chave para que se possa incentivar novamente o crescimento da vela ao atrair novos velejadores. A velejada instintiva deve ser incentivada no primeiro momento para que as pessoas tenham a certeza de que velejar não é complicado e está de fato ao seu alcance. Assim despertamos a vontade de aprender e evoluir na vela. Alguns já estão se perguntado de onde tirei esta ideia, mas não foi só da minha cabeça, trata-se de observação durante vários encontros de vela popular. Tenho acompanhado o crescimento do número de caiaques a vela indo para a água e é sensível a evolução técnica dos velejadores iniciantes que partiram do conhecimento zero para uma velejada razoavelmente técnica e com desempenho satisfatório para o lazer em curto espaço de tempo. Mais uma vez retornamos aos primórdios da navegação, onde não havia escolas de vela e os pescadores e navegadores aprendiam por si só observando como os outros navegavam. Acredito que a observação é uma forma de aprendizagem mais instintiva e funciona também. O rigor formal da escola não deve ser abandonado ou deixado de lado, mas deve ser mais bem direcionado aos diversos segmentos da navegação à vela, como por exemplo: lazer, competição de alto rendimento, prática desportiva (no sentido de atividade física e higiene mental), cruzeiro e exercício profissional. Aliás, este último segmento, o exercício profissional, é de fundamental importância, estamos carentes de profissionais de vela, não temos uma legislação muito clara a este respeito e tão pouco temos escolas formais para esta atividade. Acredito que a formação de profissionais também é uma forma de desenvolver a atividade.

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